P. Onca
É um felino de porte grande, com peso variando de 56 a 92 quilos, podendo chegar a 158 quilos, e comprimento variando de 1,12 a 1,85 m sem a cauda, que é relativamente curta. Fisicamente semelhante ao leopardo, dele se diferencia pelo padrão de manchas na pele e pelo maior tamanho. Existem indivíduos totalmente pretos. As onças pintadas possuem mandíbulas excepcionalmente fortes, apresentando as mais poderosas mordidas dentre todos os grandes felinos. Isso permite que ela fure a casca dura de répteis como a tartaruga e de utilizar um método de matar incomum: ela morde diretamente através do crânio da presa entre os ouvidos, uma mordida fatal no cérebro.
É um animal crepuscular e solitário. Caça através de emboscadas, sendo um importante predador no topo da cadeia alimentar e pode comer qualquer animal que seja capaz de capturar, desempenhando um papel na estabilização dos ecossistemas e na regulação das populações de espécies de presas. Porém, tem preferência por grandes herbívoros, podendo atacar o gado doméstico.
Frequentemente convive com a onça-parda (Puma concolor), influenciando os hábitos e comportamento deste outro felino. A área de vida pode ter mais de 100 quilômetros quadrados, com os machos tendo territórios englobando o de duas ou três fêmeas. A onça-pintada é capaz de rugir e usa esse tipo de vocalização em contextos de territorialidade. Alcança a maturidade sexual com cerca de 2 anos de idade, e as fêmeas dão à luz geralmente a dois filhotes por vez, pesando entre 700 e 900 gramas. Em cativeiro, a onça-pintada pode viver até 23 anos, mais do que em estado selvagem.
Alimentação:
Como todos os felinos, a onça-pintada é um carnívoro obrigatório, se alimentando somente de carne. É um caçador oportunista, e sua dieta inclui até 87 espécies de animais. A onça pode predar, teoricamente, qualquer vertebrado terrestre ou semiaquático nas Américas Central e do Sul, com preferência por presas maiores. Ela regularmente preda jacarés, veados, capivaras, antas, porcos-do-mato, tamanduás e até mesmo sucuris. Entretanto, o felino pode comer qualquer pequena espécie que puder pegar, como ratos, sapos, aves (principalmente mutuns), peixes, preguiças, macacos e tartarugas. Um estudo conduzido no Santuário de Cockscomb, em Belize, revelou que a dieta das onças era constituída principalmente por tatus (dasipodídeos; clamiforídeos) e pacas. Mas, por ter preferência a áreas próximas a cursos d'água, a onça-pintada acaba se alimentando preferencialmente de ungulados como a queixada (Tayassu pecari) e a anta (Tapirus terrestris).
Alguns estudos têm sido conclusivos de que a onça-pintada ataca o gado doméstico quando suas presas habituais, como a queixada (Tayassu pecari), tornam-se mais raras. Pelo grande porte, é capaz de se alimentar até de outros felinos de tamanho menor, como a jaguatirica (Leopardus pardalis), apesar de ser incomum.Outros carnívoros, como o lobo-guará (Chrysocyon brachyurus), o cachorro-do-mato (Cerdocyon thous), o quati (Nasua nasua) e o mão-pelada (Procyon cancrivorus) também podem ser predados pela onça-pintada, e ela é o principal predador desses animais.
A onça-pintada raramente mata com uma mordida no pescoço, sufocando a presa, como é típico entre os membros do gênero Panthera, preferindo matar por uma técnica única entre os felinos: ela morde o osso temporal no crânio, entre as orelhas da presa (especialmente se for uma capivara) com os caninos, acertando o cérebro. A mordida na cabeça é empregada em mamíferos, principalmente, enquanto que em répteis, como jacarés, a onça-pintada ataca o dorso do animal, acertando a coluna cervical, imobilizando o alvo. Embora capaz de rachar o casco de tartarugas, a onça pode simplesmente esmagar o escudo com a pata e retirar a carne. O felino anda de forma lenta, ouvindo e espreitando a presa, antes de armar a emboscada ou atacá-la. Ela ataca por cima, através de algum ponto cego da presa, com um salto rápido: as habilidades de espreita e emboscada dessa espécie são consideradas inigualáveis. A necessidade diária alimentar de um indivíduo com 34 quilos (que é menor peso encontrado em um indivíduo adulto) é de 1,4 quilos. Para animais em cativeiro, pesando entre 50 a 60 quilos, mais de 2 quilos de carne são recomendados. Em liberdade, o consumo é naturalmente mais irregular: felinos selvagens gastam considerável energia e tempo para obter alimento, e podem comer até 25 quilos de carne de uma só vez, seguidos por longos períodos sem se alimentar.
Distribuição Geográfica: