No passado, já foi considerada conspecífica com a jacutinga-de-garganta-azul (Aburria cumanensis). É uma das espécies ameaçadas de tornar-se extintas em pouco tempo, caso o pouco que resta da Mata Atlântica não seja efetivamente protegido. Sua população foi drasticamente reduzida. Desapareceu na maioria dos lugares onde era comum e abundante, inclusive nos vales dos grandes rios do Sul e Sudeste brasileiro, onde era encontrada em qualquer mata. Relatos antigos indicam a caça de aproximadamente 50 mil jacutingas no vale do rio Itajaí, no estado de Santa Catarina, em apenas algumas semanas durante o inverno de 1866. Há também fotografias antigas, da década de 30, mostrando caçadores ao lado de “pirâmides” de jacutingas mortas.
Nome Científico: Aburria jacuringa
Significa: de burria, aburri, aburria = nome ameríndio colombiano onomatopeico para aves genericamente chamadas de jacu; e do (tupi) jacú = Jacu; e de tinga = branco, referência a cabeça, nuca e asas desta ave que apresentam penas com a coloração branca. ⇒ Aburria - Jacu branco ou simplesmente jacu branco.
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Aves
Ordem: Galliformes
Família: Cracidae
Espécie: A. jacutinga
Estado de Conservação: Em perigo
Características:
É uma ave grande, medindo entre 64 e 74 centímetros de comprimento e pesando de 1,1 a 1,4 quilogramas. É fácil de identificar, pois em quase toda a sua área de ocorrência é o único Cracídeo com mancha branca na asa. No extremo oeste da área de ocorrência, no Paraguai, a espécie pode ocorrer ao lado da jacutinga-de-garganta-azul (Aburria cumanensis), que também possui mancha branca na asa, mas, como o nome sugere, possui garganta azul ao invés de vermelha, e a cara também é toda branca.
Alimentação:
Alimenta-se principalmente da polpa de frutos carnosos. Ao contrário do que se pensava antes, a espécie aparentemente não é totalmente dependente do palmito-juçara (Euterpe edulis), embora ele seja sim um alimento importante na sua dieta. Já foram registrados 41 frutos diferentes na dieta da jacutinga, como Cecropia, Ficus, Virola, Myrcia, Psidium, Ocotea, etc.
O padrão de alimentação parece assemelhar-se com o de alguns primatas, pois alimentam-se durante vários dias seguidos em árvores com grande quantidade de frutos e costumam percorrer rotas pré-determinadas para as árvores frutíferas preferidas. Também costumam voltar para as mesmas árvores frutíferas de ano em ano, o que indica que as jacutingas parecem guardar na memória a época do ano de amadurecimento e a localização dessas árvores na floresta.
Também come artrópodes, botões florais e sementes, em menor quantidade. Geralmente forrageia no alto das árvores, mas pode descer ao solo para ciscar no chão ou pegar as frutas caídas. Ela engole os frutos inteiros, retira a polpa no papo e regurgita ou defeca as sementes. Acredita-se que seja importante na dispersão de várias espécies vegetais. Acredita-se que realize migrações altitudinais na Serra do Mar, às vezes seguindo a frutificação do palmito-juçara, que frutifica mais cedo em altitudes inferiores, porém inexistem estudos que comprovem esse deslocamento.
Distribuição Geográfica: